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sexta-feira, 5 de março de 2004

• O rapaz que lia Florbela • A mente de um artista •

Isto fez-me, em parte, pensar no meu futuro enquanto poeta.
Poderá um dia o tal homem reconhecer-me? E nessa altura dirá: -”Olha o rapaz que lia Florbela no comboio”! – isto se eu um dia vier a ser reconhecido ainda em vida, coisa que geralmente não acontece com quem anda na lida das artes.

Esta situação faz-me recordar uma afirmação dita por uma professora de História, que deu como justificativo a esta situação, o facto dos artistas terem uma mente mais evoluída, o que faz com que as suas obras sejam apenas percebidas alguns anos, por vezes séculos, mais tarde. Vejamos o exemplo de Da Vinci, que desenhou um helicóptero no séc. XV, transporte este, que só viria a ser inventado cinco séculos mais tarde.

Na literatura passa-se um pouco diferente, é certo. Daí existirem grandes nomes, autores de best-sellers, ainda vivos. Mas se formos a reparar, os grandes nomes da poesia, pelo menos portuguesa, estão já sete palmos abaixo da terra; Luís de Camões, Antero de Quental, Florbela Espanca, Cesário Verde, Fernando Pessoa, etc. Ora, quando comparados aos grandes senhores da poesia de hoje, como Eugénio de Andrade e Sophia de Mello Breyner, são de facto imensos.

Terá esta situação a ver com algum facto sem ser a tal “mentalidade” de que a minha professora falara?

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