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quarta-feira, 26 de maio de 2004

Saudade? ... Saudade!

Estava a vasculhar um dossier de arquivo, um daqueles onde guardo a papelada toda, do que escrevo e tenho escrito, do que me escrevem e já escreveram, quando me deparei com uma carta que a minha tão saudosa amiga Marília me escreveu.

Li a carta e, acreditem, caiu-me uma ou duas lágrimas... não reparei bem quantas foram! Mas caíram, e com todo o sentimento.

É terrível sentir-me assim, querer falar com alguém que sabemos que nos iria escutar com a maior das atenções deste mundo e do outro, e que por algum motivo não nos pode ouvir.

Apesar de ser um português muito português, a saudade que dizem ser própria do povo lusitano, não é algo que eu possua em grande superfície. Até porque acho que verdadeira saudade nunca senti de ninguém, simplesmente porque gosto de estar só comigo. Aprecio demasiadamente a solidão. Aproveito sempre esses momentos para longos momentos de introspecção... modos de me estudar e de me rever.

O certo é que um ser humano vive e convive. A socialização é algo quase que obrigatório numa pessoa. É talvez a segunda coisa com a qual começamos a ser “injectados” assim que nascemos, logo após o oxigénio. Porque afinal de contas todos nós temos uma família, e isso é já um início de socialização.

No entanto, apesar de ser um apologista-nato da solidão, tenho momentos como estes que me abarcaram há minutos atrás. Senti mesmo a saudade na pele, na mente, nos olhos... Senti a necessidade de falar com a Marília. Mas não tenho como. Perdi o seu número de telemóvel devido a uma avaria no meu cartão. Nunca o assentei em agenda ou folha alguma. Não tenho a sua morada. Nem sei sequer se ainda vive na mesma zona ou até no mesmo país que eu.

Sinto a falta dela, como duvido vir alguma vez a sentir por outro qualquer amigo. Ela sim, é sempre o meu modelo quando me pedem para definir amizade (da verdadeira). É daquelas pessoas que se vê que gostam de nós pelo que somos. Sempre me soube criticar quando devia, dando sempre criticas construtivas e que ainda hoje me ajudam muito, mas que estava sempre pronta para me elogiar, fosse como fosse, em que altura ou lugar estivéssemos. Por isso sinto a sua falta... sinto saudades. E hoje sim, soube o que é realmente sentir a saudade.

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