sábado, 2 de outubro de 2004
Transportes públicos. Quem os quer?
Sinceramente, há uns anos atrás eu julgava que muito pouca gente os utilizava. Vivo numa cidade suburbana, bastante perto da Estrada Nacional, onde diariamente nas horas de ponta, filas intermináveis entupem as artérias adjacentes. Julgava então que a maioria utilizava transporte próprio para se moverem pendularmente na rotina casa-trabalho-casa.
Por certo não errei. Há bastante gente que o faz, ainda que, agora com outra experiência, ache perfeitamente normal que assim o seja.
Vivo em Alverca, cuja estação é servida pela linha suburbana da CP/USGL com menos utentes. Se assim o é, e ainda que haja comboios intervalados numa média de 8,57 minutos, a procura é deveras superior à oferta. Nem com a ajuda do regional Tomar-Lisboa Santa Apolónia (que em horas de ponta também rebenta pelas costuras), os suburbanos dos três nós se aliviam.
Normal é, então, que a maioria prefira pagar muito e estar comodamente sentado no seu carrinho, do que pagar muito e viajar três minutos ou hora e meia em pé, com direito a bónus de sulfato de axila e/ou outro perfumes menos apreciados!
Será que é assim que o Governo quer por tudo a andar de transportes?
Convido então, por este meio, todos e quaisquer membros do [des]governo, a fazerem uma viagem, entre as 7h e as 10h da manhã, ou entre as 17h e 20h, em qualquer transporte público. Por certo, nunca mais terão ideias de "mandar o povo para as fossas!"
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