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quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Só para não ser egoísta...

... ou por outras razões!


SONATA DE OUTONO

O último poema escrito por Ary...


Inverno não ainda, mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.

Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.

Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.

Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao Céu, ao Mar
pois viver é também acontecer.





by: magus maestus est

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